Fusões e aquisições podem alavancar microcervejarias artesanais

Torneiras prateadas de uma cervejaria

Gigantes mundiais de cerveja movimentam-se há anos no xadrez estratégico das fusões e aquisições para dominar mercados. Atualmente, microcervejarias seguem no mesmo caminho para alavancar seus negócios. 

Uma das estratégias para alavancar o market share de uma empresa são os M&As (Merges and Acquisitions). No mercado cervejeiro, historicamente, fusões e aquisições impulsionam grandes marcas que atuam no Brasil a alcançarem o topo mundial. Um exemplo disso é o caso da Ambev e da holandesa Heineken que, juntas, dominam 78,2% do mercado nacional.

Para se ter uma ideia do montante em jogo quando acontece um M&A entre gigantes, a compra da cervejaria anglo-sul-africana SabMiller, em 2016, pela belga Anheuser-Busch InBev (AB InBev), da qual a Ambev é subsidiária, movimentou R$ 526,2 bilhões. Segundo o  CanalTech Corporate esse foi o terceiro maior valor entre fusões até hoje.

Dados da plataforma financeira Dealogic mostram que as fusões e aquisições corporativas tiveram um aumento de 64% em relação a 2021, num total de 28,7 trilhões de reais movimentados em diferentes segmentos de mercado.

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Como fusões e aquisições impulsionaram o crescimento das grandes cervejarias

O caminho percorrido para chegar ao topo dessa pirâmide não é curto. A Ambev, por exemplo, nasceu em 1999 como resultado da fusão de duas grandes concorrentes brasileiras – a Antarctica e a Brahma. Essa fusão chacoalhou o mercado de cerveja nacional. Posteriormente, em 2004, fundiu-se com a cervejaria belga Interbrew, dando origem à InBev que, avançando em seu paulatino domínio mundial, comprou a Anheuser-Busch, dona da marca norte-americana Budweiser, em 2008. E assim foi formada a AB Inbev que, como já mencionado, comprou a SabMiller em 2016. Hoje, o conglomerado global AB Inbev é líder mundial na produção de cerveja, com 581,7 milhões de hectolitros. O volume corresponde a 34% da cerveja produzida em 2022 no mundo.

A Heineken, hoje líder no mercado de cerveja premium brasileiro, seguiu pelo mesmo caminho para se tornar relevante no Brasil. Em entrevista ao Money Times, Eduardo Picarelli, diretor da Business Unit da Heineken no Brasil, confirmou: “O grupo Heineken chegou ao Brasil em maio de 2010 e, após um trabalho consistente e aquisições estratégicas, em 2017, se tornou o segundo player no mercado brasileiro de cervejas”. Hoje, com 14 unidades produtivas, estão no portfólio da marca cervejas como Heineken zero, Sol, Bavaria, Eisenbahn, Baden Baden, Devassa, Lagunitas, entre outras.

As microcervejarias na mira das gigantes

Apesar da homogeneização das marcas cervejeiras com os grandes M&As, nichos de consumidores brasileiros seguiram a tendência mundial de buscarem, cada vez mais, uma maior variedade de portfólio que vai além das principais corporações. O radar da Ambev e Heineken não deixou esse movimento passar despercebido: ambas intensificaram investimentos em fusões e aquisições de microcervejarias artesanais. Segundo Marcel Telles, um dos três acionistas principais da 3G Capital, o objetivo é transformar os “melhores representantes regionais” em marcas conhecidas no mercado nacional. 

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Ambev compra Wäls e Colorado para entrar de vez no mundo da cerveja artesanal

Assim, em fevereiro de 2015, a Ambev comprou a microcervejaria Wäls, de Belo Horizonte, que se fundiu com a Bohemia. Fundada em 2000, a microcervejaria produzia 50 mil litros mensais na época do M&A, tinha 14 rótulos de cerveja e faturamento anual de R$ 9 milhões. Sua visibilidade aumentou em 2014, quando ganhou medalhas de ouro e prata na World Beer Cup, a “Copa do Mundo das Cervejas”. Após a associação com a Bohemia, a Wäls conquistou o prêmio de “Melhor Cervejaria do Mundo” em 2020 pelo International Beer Challenge. Desde então a cervejaria continuou a acumular títulos e atualmente são mais de 350 medalhas conquistadas, segundo o site da marca.

Logo depois da compra da Wäls, a Ambev adquiriu a Colorado, uma das primeiras cervejarias artesanais do Brasil. Fundada em 1996, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, tinha faturamento anual de R$ 18 milhões e produção mensal de 12 mil litros. Assim como a Wäls, a Colorado colecionou diferentes medalhas até ser descoberta pela Ambev. Em agosto de 2022, a cervejaria teve 11 de suas cervejas premiadas na World Beer Awards, sendo uma medalha de ouro, quatro de prata e seis de bronze, ajudando a Ambev a faturar 29 medalhas no total. 

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M&A abrem caminho para crescimento também de microcervejarias artesanais

Para além dos conglomerados, o M&A também tem alavancado o posicionamento de mercado de dezenas de microcervejarias artesanais no Brasil. No site da plataforma de pesquisas e dados analíticos Emis, estão listadas, só no ano de 2022, dois M&As de microcervejarias artesanais. O último deles foi realizado em junho de 2022, com a compra da startup Brewing pela CBCA (Companhia Brasileira de Cerveja Artesanal). Sediada em Itupeva, interior de São Paulo, a startup tem capacidade produtiva de 180 mil litros por mês. O objetivo da fusão é ajudar a CBCA a criar um corredor logístico que ligará o mercado de consumo do oeste paulista até o litoral de São Paulo. 

A CBCA é um importante case de sucesso de microcervejaria artesanal no que diz respeito tanto à potencialidade de fusões e aquisições, quanto de investimentos por meio de crowdfunding. Fruto de um M&A feito em 2019, as cervejarias artesanais Schornstein (Pomerode/SC) e Leuven (Piracicaba/SP) realizaram fusão com o objetivo de alavancar o negócio, e assim diversificar seus portfólios de cervejas. No ano seguinte, a CBCA adquiriu a Fábrica 75 para ampliar a capacidade de produção e por fim, a microcervejaria Season, uma das mais famosas do Rio Grande do Sul. Com  todas essas aquisições, a CBCA tinha como objetivo dobrar sua capacidade produtiva para 500 mil litros mensais e chegar a um faturamento anual de R$ 70 milhões em 2022. Os dados relativos ao ano passado ainda não foram divulgados, mas é bem provável que a companhia conseguiu atingir essa meta.

Para Marcelo Arruda, analista da Inteligência de Mercado Mercatus, o M&A é uma estratégia essencial de crescimento. “Cabe a reflexão por parte dos empreendedores das cervejarias artesanais em fomentar suas próprias fusões e alianças estratégicas para ganharem condições de competir em um mercado dividido por gigantes”.

As cervejarias artesanais dentro do universo do equity crowdfunding

No Brasil, a primeira cervejaria a realizar uma rodada de investimentos via equity crowdfunding foi a já citada Leuven. Em 2017 a cervejaria produzia cerca de 17 mil litros/mês, e como forma de acelerar seu crescimento, passou por sua primeira rodada de captação. Na época, a cervejaria arrecadou R$1,670 milhões e a produção passou para 21 mil litros/mês. Posteriormente, a cervejaria passou por mais duas rodadas de captação até chegar ao patamar de 75 mil litros / mês e se fundir com a Schornstein dando origem a CBCA.

Esse caminho de expandir a operação contando com rodadas públicas de captação é o mesmo que a BIERINBOX, cervejaria artesanal de Paulínia – SP, se propôs a fazer. Fundada em 2017 a empresa já cresceu a ponto de expandir sua produção de 7 para 25 mil litros/mês. Atualmente, as cervejas da marca são distribuídas em 30 cidades através de 100 pontos comerciais, dentre eles o Sam’s Club. Além disso, seu portfólio que antes contava com apenas 4 rótulos passou para 10. Isso sem contar os diversos rótulos sazonais que ocasionalmente são lançados. 

O projeto de expansão da BIERINBOX

O crescimento alcançado pela BIERINBOX ao logo de seus 5 anos de operação é impressionante. Agora a cervejaria entende que o momento é oportuno para ir além e conquistar um lugar de maior relevância no cenário artesanal. Para isso está passando por uma rodada de captação através da plataforma da Organismo Investimentos.

A cervejaria está em busca de R$ 2, 250 milhões e para isso, abriu 19,96% de participação societária. Com o investimento, será possível já em 2023 dobrar a capacidade produtiva chegando a 50 mil litros/mês. Dessa forma, a cervejaria estará mais preparada para entrar com força nesse mundo das fusões e aquisições, seja para ser incorporada por algum grupo, ou para iniciar suas próprias aquisições. Estratégia que já está na mira da cervejaria.

Na plataforma da Organismo é possível encontrar todos os materiais referentes ao projeto de expansão da BIERINBOX. Para não perder essa oportunidade de investir no setor de microcervejarias artesanais, acesse nossa plataforma e confira todos os materiais desta oferta.

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